Moradias Infantis: projeto brasileiro ganha o Prêmio Internacional RIBA
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- watson
- 02/07/2019
- Construção
Projeto Moradias Infantis, em Formoso do Araguaia (TO), do escritório brasileiro Aleph Zero, dos arquitetos e urbanistas curitibanos Gustavo Utrabo e Pedro Duschenes, venceu o Prêmio Internacional RIBA (Royal Institute of British Architects) 2018, elaborado em parceria com o designer Marcelo Rosenbaum e sua sócia, arquiteta e urbanista Adriana Benguela, que assina o trabalho como responsável técnica.
O Prêmio Internacional RIBA é concedido a cada dois anos para um edifício que exemplifique a excelência do projeto e a ambição arquitetônica, além de proporcionar um impacto social significativo. É um dos prêmios de arquitetura mais rigorosamente julgados do mundo, com todos os edifícios de longa lista visitados por um grupo de especialistas internacionais.
Na opinião do presidente do RIBA, Ben Derbyshire, o projeto Moradias Infantis oferece um ambiente excepcional projetado para melhorar a vida e o bem-estar das crianças da escola. Ele ilustra o valor imensurável do bom projeto educacional”.
O prédio oferece alojamento para 540 crianças entre os 13 e os 18 anos que frequentam a Escola de Canuanã. Os alunos vêm de áreas remotas do país, alguns viajando muitas horas de barco. Financiado pela Fundação Bradesco, o Moradias Infantis é uma das quarenta escolas administradas pela fundação que oferece educação para crianças em comunidades rurais em todo o Brasil.
Para os autores do projeto, o trabalho mostra como a arquitetura pode ser uma ferramenta de transformação social. Eles trabalharam de perto com as crianças para identificar suas necessidades e desejos para a escola. Eles queriam criar um ambiente que pudesse ser uma casa longe de casa, onde as crianças pudessem desenvolver um forte senso de individualidade e pertencimento.
O edifício é construído com recursos locais e baseado em técnicas locais. Blocos de terra feitos à mão no local foram usados para construir as paredes e treliças, escolhidos por suas propriedades térmicas, técnicas e estéticas. Além de ser rentável e ambientalmente sustentável, esta abordagem cria um edifício com fortes ligações ao meio envolvente e à comunidade que serve.
Cobrindo uma área de quase 25.000 m2, o Moradias Infantis é organizado em dois blocos idênticos: um para meninas e outro para meninos. As residências estão centradas em torno de três pátios amplos, abertos e bem sombreados ao nível do solo, onde a acomodação do dormitório está localizada. No primeiro andar, há espaços comuns flexíveis que vão desde espaços de leitura e salas de televisão até varandas e redes, onde as crianças podem relaxar e brincar.
O ecossistema em torno do complexo – particularmente o clima tropical, onde as temperaturas chegam a meados dos anos 40 no verão – foi um dos principais desafios inteligentemente abordados pelos arquitetos.
O projeto de dossel suspenso criou um espaço intermediário, entre o interior e o exterior, dando o efeito de uma grande varanda com vista para a paisagem circundante e criando um ambiente confortável sem necessidade de ar condicionado. O grande telhado, cuja estrutura é composta de vigas e colunas de madeira laminada colada (MLC), fornece sombreamento. A opção pela MLC como solução construtiva foi uma resposta técnica, econômica e logística às questões de implantação e escala. A completa pré-fabricação de todas as peças de madeira permitiu uma rápida execução e montagem da estrutura em um local de difícil acesso, produzindo pouco lixo e materiais residuais durante a obra. Cada vila é sombreada por uma grande cobertura de beirais generosos com duas aberturas que conformam pátios centrais no nível térreo. Espaços de convívio e lazer se intercalam com os blocos de dormitório no nível dos pátios e ocupam os mezaninos
Fonte:
https://sustentarqui.com.br/moradias-infantis-projeto-brasileiro-ganha-o-premio-internacional-riba/
http://www.itaconstrutora.com.br/portfolio/fundacao-bradesco/
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